21 de jan. de 2011

Aparências.

"...Gostaria de ter tanto prestígio quanto o professor de Português. Acham que é a própria voz da sabedoria. Está há décadas na escola e todos passaram por suas mãos. Fama e confiança das fámilias. Apoio da direção. Só falta um tapete vermelho na entrada, pra ele pisar. Ninguém mexe com ele. Ninguém fala grosso ou se atreve a lhe cobrar modernidades. Só reverencias.

Já o professor de Música é olhado como a figura diferente. Marginal. Artista. Criativo. Faz gênero. Usa roupas incrementadas, cabelos compridos. Senta no chão duarante as aulas, toca flauta no recreio. Tem um fã-clube organizado. E patotas que não vão com a sua cara, seu jeito. Agridem, debocham. Mas marca presença. Não passa despercebido. Todos sabem quem é e têm opinião sobre ele

Eu sou uma professora comum. (...) Apagada. Média. Medíocre."


Extraído do livro "Que raio de professora sou eu?" de Fanny Abramovich, pág.63 Editora Scipione (referências bibliográficas ainda não são meu forte... hehe)

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